quarta-feira, 4 de novembro de 2009

HISTÓRIA DO CINEMA - PARTE 11: CINEMA ITALIANO


ITÁLIA - Já no final da década de 50 e início dos anos 60, o cinema italiano inclina-se para a investigação psicológica, retratando uma sociedade em crise: Michelangelo Antonioni e Federico Fellini fazem reflexões morais sobre a condição humana. Luchino Visconti, em "Rocco e Seus Irmãos" (Rocco e i suoi Fratelli / Rocco and His Brothers - 1960), mostra a vida dos imigrantes do sul da Itália. Pier Paolo Pasolini em "Teorema" (Teorema / Theorem - 1968) discute a sexualidade como meio de auto-conhecimento e transformação.
Nos anos 70 retoma-se a discussão política ou existencial com Ettore Scola, herdeiro da comédia italiana surgida no pós-guerra, Francesco Rosi de "O Caso Mattei" (Il Caso Mattei / The Mattei Affair - 1972), Mario Monicelli por "Meus Caros Amigos" (Amici Miei / My Friends - 1975), Elio Petri por "A Classe Operária Vai ao Paraíso" (La Classe operaia va in paradiso / Lulu the Tool / The Working Class Goes to Heaven - 1971), Gillo Pontecorvo por "Queimada" (Queimada / Burn! / Mercenary, The - 1969), Valério Zurlini por "A Primeira Noite de Tranqüilidade" (La Prima Notte di Quiete / Il Professore - 1972), Dino Risi por "Perfume de Mulher" (Profumo di donna / Scent of a Woman / Sweet Smell of Woman / That Female Scent - 1974), Mauro Bolognini por "A Grande Burguesia" (Fatti di gente per bene / Drama of the Rich / La Grande Bourgeoise / The Murri Affair - 1974), Marco Ferreri por "A Comilança" (La Grande Bouffe / Blow-Out / The Grande Bouffe / La Grande abbuffata - 1973), Marco Bellocchio por "De Punhos Cerrados" (I Pugni in Tasca / Fist in His Pocket / Fists in the Pocket - 1965) e Bernardo Bertolucci por "O Último Tango Em Paris" (Ultimo tango a Parigi / Last Tango in Paris / Lê Dernier Tango à Paris - 1972).
Na década de 80, toda a força e originalidade do cinema mediterrâneo continua presente nos irmãos Vittorio e Paolo Taviani (Pai patrão), Lina Wertmuller (Camorra), Ermano Olmi (A árvore dos tamancos) e Ettore Scola (O baile).
Os anos 90 trazem Giuseppe Tornatore (Cinema paradiso), Maurizio Nicheti (Ladrões de sabonete), Gabriele Salvatore (Mediterrâneo), Daniele Luchetti (O senhor ministro), Nanni Moretti (A missa acabou), Gianni Amelio (Ladrão de crianças) e, novamente, Monicelli (Parente é serpente), Scola (A viagem do capitão Tornado) e Fellini (A voz da lua).
Michelangelo Antonioni (1912-) nasce em Ferrara, na Itália, forma-se em economia e comércio em Bolonha, mas prefere exercer o jornalismo. Trabalha como crítico de cinema, assistente de direção de Marcel Carné e roteirista de Federico Fellini. A solidão é um dos temas centrais de sua obra. São famosos os seus planos longos e fixos, demonstrando domínio total da imagem. Sua trilogia da incomunicabilidade – A aventura (1959), A noite (1960) e O eclipse (1961) – obtém limitado sucesso comercial. O reconhecimento do público vem com Blow-up, em 1967, filmado em Londres. Nos EUA, dirige Zabriskie point (1970), no qual faz uma autópsia da sociedade de consumo norte-americana, e O passageiro (1975). Seu último filme é Identificação de uma mulher (1982).
Federico Fellini (1920-1993), nasce em Rimini, Itália, e trabalha como jornalista e caricaturista. Começa no cinema aos 19 anos, como roteirista de comédias. Considerado o maior gênio do cinema contemporâneo, Fellini cria em suas obras um universo extremamente rico e complexo. Busca inspiração em suas experiências pessoais, desenvolvendo um estilo fantástico e surreal. Em 1943 casa-se com a atriz Giulietta Masina, com quem fica até a morte. Entre suas obras-primas estão Os boas-vidas (1953) e Amarcord (1973), que retratam sua juventude, As noites de Cabíria (1957), com Giulietta Masina, A doce vida (1960), um perfil desiludido da burguesia italiana, Fellini oito e meio (1963), uma grande autobiografia, e E la nave va (1985), um de seus últimos sucessos.
Ettore Scola (1931- ) nasce na província italiana de Avelino, muda-se mais tarde para Roma. Inicia curso de direito, mas acaba se dedicando ao jornalismo, como diagramador de um periódico humorístico. É contratado por roteiristas para escrever piadas para o cinema, passando, gradualmente, a atuar como diretor. Considerado o maior gênio do cinema italiano dos anos 70/80. Sempre esteve ligado ao Partido Comunista Italiano e suas obras são marcadas pela temática social e política. Seu primeiro sucesso, Ciúme à italiana (1970), inicia a sátira política. Realiza grandes filmes como Nós que nos amávamos tanto (1974), Feios, sujos e malvados (1975), Um dia muito especial (1977), Casanova e a revolução (1982), Maccaroni (1985) e A família (1986).

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