quinta-feira, 5 de novembro de 2009

HISTÓRIA DO CINEMA - PARTE 20: OUTROS CENTROS



OUTROS CENTROS
Argélia – Após a independência da França, em 1962, nacionaliza o cinema e produz filmes que enfocam o colonialismo e as guerras de libertação. Mohammed Lakhdar-Amina, com Crônica dos anos de brasa (1974), tem sua obra prestigiada pela crítica mundial.
Argentina – José Agustín Ferreyra (As ruas de Buenos Aires) é, na década de 30, o criador da escola nacional de cinema da Argentina. Seus seguidores principais são Fernando Birri (Os inundados) e Leopoldo Torre-Nilsson (Pele de verão). A denúncia social de A hora dos fornos, realizado em 1968, leva Fernando Solanas ao exílio, de que só volta na década de 90, para se engajar na vida política de seu país; em 1985, roda em Paris e Buenos Aires Tangos, exílio de Gardel. Na nova geração, marcados pela repressão militar nas décadas de 70 e 80, destacam-se Hector Olivera (Não haverá mais dores nem esquecimento), Luís Puenzo (A história oficial), Maria Luísa Bemberg (Miss Mary) e Eliseu Subiela (O lado escuro do coração).
Austrália – O cinema americano na década de 80 atrai talentos como os de Peter Weir (O ano em que vivemos em perigo), Bruce Beresford (A força do carinho), George Miller (Mad Max) e Gillian Armstrong (Os últimos dias em que ficamos juntos). O mesmo pode acontecer com a nova safra de cineastas desse país: Jane Campion (Um anjo em minha mesa, O piano), Jocelyn Moorhouse (A prova) e Baz Luhrmann, cujo Vem dançar comigo foi enorme sucesso de bilheteria em 1993.
Canadá – Uma fórmula original de cinema de animação é desenvolvida por Norman McLaren e seus discípulos, subvencionados pelo National Film Board of Canada. Dentre os diretores convencionais, durante muito tempo apenas Gilles Carle, que dirige A verdadeira natureza de Bernardette, em 1971, e Denys Arcand (O declínio do império americano, de 1986, e Amor e restos humanos, da década de 90) conseguem ser conhecidos fora do país. Patricia Rozema (O segredo do quarto branco) e Jean-Claude Lauzon (Noite no zôo) são novos cineastas com prestígio internacional.
Cuba – A escola de documentário criada por Santiago Álvarez (Now) tem influência continental, moldando, por exemplo, o estilo do colombiano Carlos Álvarez (O que é democracia), do boliviano Jorge Sanjinés (A coragem do povo), do chileno Patricio Guzmán (A batalha do Chile) ou do uruguaio Adolfo Aritarian (Um lugar no mundo). Na produção ficcional destacam-se as obras de Humberto Solas (Um homem de êxito, de 1976) e Tomás Gutiérrez Alea (A última ceia, de 1976, Morango e chocolate, de 1993).
Espanha – Produz grandes nomes: Carlos Saura (Cría cuervos, de 1976, Carmem, de 1983), Victor Érice (O espírito da colméia, de 1973) e Pedro Almodóvar (Mulheres à beira de um ataque de nervos, de 1988, Ata-me, da década de 90) e Mario Camús (Os santos inocentes, de 1984). A década de 90 traz produções de cineastas competentes como Bigas Luna (As idades de Lulu, Ovos de ouro), Vicente Aranda (Os amantes) e Fernando Trueba (Belle époque).
Grécia – Constantin Costa-Gavras tem destaque com Z (1968), Estado de sítio (1973) e Desaparecido (1982). A premiação de Paisagem na neblina, no Festival de Cannes de 1991, chama a atenção para o talento de Theo Angelópoulos, confirmado, em 1993, por O passo suspenso da cegonha.
Holanda – Pátria, nos anos 50/60, de uma ilustre escola de documentaristas (Joris Ivens, Bert Haanstra), o país volta ao circuito internacional, na década de 70, com Paul Verhoeven (Louca paixão). Depois que ele vai para os EUA, o prestígio do cinema holandês no exterior fica a cargo do neo-realismo de Alex Van Warmerdam (Os do Norte) e do surrealismo de Joe Stelling (O ilusionista, de 1984).
Hungria – Destacam-se Miklós Jancsó (Salmo vermelho, de 1973), Marta Meszaros (Diário íntimo, de 1985) e István Szábo (Mephisto, de 1981).
Índia – A tradição de contar histórias e de culto às imagens faz da Índia o país que mais produz filmes de todo o mundo. Anualmente faz mais de 800 títulos o dobro do mercado americano. Durante muito tempo, apenas Satyajit Ray (Aparajito, de 1951) tinha obtido reconhecimento. Na década de 90, surge o cinema de análise social de Mira Nahir (Salaam Bombay!).
Iugoslávia – Dusan Makavejev (WR, os mistérios do organismo, de 1971) e Emir Kusturica (Quando papai saiu em viagem de negócios, de 1985).
México – Emilio Fernández (Maria Candelária) é o maior nome do apogeu da indústria cinematográfica mexicana, nos anos 30/40. Entre as décadas de 50 e 70, destacam-se Paul Leduc (México insurgente), Jaime Hermosillo (A paixão segundo Berenice), Alejandro Jodorowsky (A montanha sagrada), Luís Alcoriza (O importante é viver) e Luis Buñuel, que também filma no país (Os esquecidos, O anjo exterminador). A geração de 80/90 é representada por Alfonso Arau (Como água para chocolate).
Nova Zelândia – Num país geralmente à margem da grande produção cinematográfica, os insólitos O intruso e Navigator lançam o talento original de Vincent Ward.
Polônia – Merecem destaque as obras de Aleksander Ford (Os cavaleiros teutônicos, de 1960), Jerzy Kawalerowicz (Madre Joana dos Anjos, de 1961), Krzysztof Zanussi (Espiral, de 1978) e Andrzej Wajda (Danton, o processo da revolução, de 1982). Na década de 90 destacam-se Krzysztof Kieslowski (Não amarás, A liberdade é azul) e Agnieszka Holland (Os filhos da guerra).
Portugal – Já no final da carreira, Manuel de Oliveira (Amor de perdição) é descoberto e valorizado pela crítica francesa na década de 70. Na nova geração, destaca-se João Botelho (Tempos difíceis, estes tempos).

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