Uma revolução ocorreu na música do século XX com o ganho de popularidade do rádio pelo mundo, e novas medias e tecnologias foram desenvolvidas para gravar, capturar, reproduzir e distribuir música. Como ela já não era mais limitada a concertos e clubes, tornou-se possível aos artistas da música ganhar rapidamente fama nacional e até internacional. Da mesma forma, o público poderia agora estar exposto a um leque maior de opções que anteriormente, resultando no fenômeno da world music. As apresentações tornaram-se cada vez mais visuais com a transmissão e gravação de vídeos musicais e concertos. Música de todo gênero tornou-se cada vez mais portátil. Os fones de ouvido permitiram às pessoas a sentarem-se próximas as outras e ouvirem composições completamente diferentes ou compartilhar a mesma composição. As leis de direitos autorais foram desenvolvidas, mas novas tecnologias tornaram mais fácil a gravação, o compartilhamento e a reprodução ilegal de música.
A música do século XX trouxe nova liberdade e maior experimentação com novos gêneros musicais e formas que desafiaram os dogmas de períodos anteriores. A invenção e disseminação dos instrumentos musicais eletrônicos e do sintetizador em meados do século revolucionaram a música popular e aceleraram o desenvolvimento de novas formas de música. Os sons de diferentes continentes começaram a se fundir de alguma forma. Modos mais rápidos de transporte permitiram aos músicos e fãs a viajar mais longe para apresentar ou ouvir.
Na década de 1960, a música aleatória tornou-se popularizada por compositores como John Cage. Compositores desse estilo procuravam libertar a música de sua rigidez, posicionando a apresentação acima da composição. Similarmente, vários compositores procuravam quebrar os rituais tradicionais de apresentação ao incorporam elementos como o teatro e a multimídia em suas composições, transcendendo o som para atingir objetivos artísticos maiores. Em alguns casos tornou-se até difícil distinguir o limiar entre a música e o teatro, como no ópera rock.
Os compositores logo adotaram as tecnologias recentes em eletrônica. Ainda antes da década de 1950, compositores como Olivier Messiaen incorporaram instrumentos eletrônicos em suas apresentações ao vivo. A tecnologia de gravação também foi usada para produzir música. A música concreta do final da década de 1940 foi produzida ao mixar sons naturais e industriais. Steve Reich compôs ao manipular gravações em fita cassete de pessoas falando. Outros pioneiros da música eletrônica incluíram Edgard Varèse, Karlheinz Stockhausen, Pauline Oliveros, Luigi Nono e Krzysztof Penderecki. Com o amadurecimento da tecnologia, a música também amadureceu. Já no final do século, o computador pessoal começou a ser usado para composições.
Uma característica da música foi a separação da audiência em tradicional e de vanguarda, com várias figuras proeminentes de um mundo sendo menosprezadas ou até mesmo não aceitas em outro. Várias das técnicas pioneiras de compositores eruditos de vanguarda do período aparecem posteriormente na música popular através de artistas de rock das décadas de 1960 e 1970 e da música eletrônica, além das trilhas sonoras para grandes audiências.
Na América Latina, o início do século XX foi marcado por pessoas de posse tendo acesso às salas de concerto e às óperas, enquanto o restante da população dava preferência à música popular. O desenvolvimento da arte popular teve suas bases na cultura legada dos povos ameríndios anteriores a descoberta européia da região, na música religiosa oriunda da Europa através dos missionários e da música negra proveniente dos escravos africanos. Percebe-se que na região havia compositores que contribuíram para a preservação da música tradicional, ainda que também desenvolvendo a cultura musical européia. No Brasil, o autodidata Heitor Villa-Lobos estava inserido em um contexto tanto de música popular, com o qual entrou em contato no interior do país, e de música erudita, pois vindo de família rica tinha condições de estudar partituras clássicas e românticas. Em sua vida, soube introduzir material tipicamente brasileiro em formas clássicas, e divulgou a música brasileira à Europa.
Nos Estados Unidos, era desejo encontrar uma base musical própria que não dependesse da hegemonia européia, misturando elementos locais como a música indígena, o blues e o jazz.
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