quinta-feira, 20 de maio de 2010

RELIGIOSIDADE - E A CAÇA ÀS BRUXAS

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CENAS DO FILME "AS BRUXAS DE SALEM"
A caça às bruxas foi uma perseguição religiosa e social que começou no final da Idade Média e atingiu seu apogeu na Idade Moderna. Antigas religiões pagãs e matriarcais eram tidas como satânicas. Mulheres eram queimadas em fogueiras sob o menor pretexto. Um tipo de paranóia social. O mais famoso manual de caça às bruxas é o Malleus Maleficarum, ou "martelo das feiticeiras", de 1486.

O número total de vítimas ficou provavelmente por volta dos 50 mil e certamente não mais que 100 mil (O número total de julgamentos de bruxas na Europa que são conhecidos e, de certeza, acabaram em execuções foi de cerca de 12 mil). A maioria foi julgada e morta entre 1.550 e 1.650, nos 100 anos mais histérios do movimento, vindo a desaparecer somente por volta de 1.700.

A maior parte das mortes na Europa ocidental ocorreram nos períodos e também nos locais onde havia intenso conflito entre o Catolicismo e o Protestantismo, com conseqüente desordem social. A maioria das vítimas foi julgada e executada por cortes seculares, sendo as cortes seculares locais de longe as mais cruéis. As vítimas de cortes religiosas geralmente recebiam melhor tratamento, tinham mais chances de serem inocentadas, e recebiam punições muito mais leves.

Numa média, 25% das vítimas foram homens, assim sendo 75% das mulheres, mas a proporção entre homens e mulheres condenados podia variar consideravelmente de um local para o outro. Mulheres estiveram mais presentes que os homens também enquanto denunciantes e não apenas como vítimas.

No passado os historiadores consideraram a caça às bruxas européia como um ataque de histeria supersticiosa que teria sido forjada e espelhada pela Igreja Católica. Seguindo essa lógica, era "natural" supor que a perseguição teria sido pior quando o poder da igreja era maior, ou seja: antes de a Reforma Protestante dividir a cristandade ocidental em segmentos conflitantes. Nessa visão, embora houvessem ocorrido também julgamentos no começo do período moderno, eles teriam sido poucos se comparados aos supostos horrores medievais. Pesquisas recentes derrubaram essa teoria de forma bastante clara e, ironicamente, descobriu-se que o apogeu da histeria contra as bruxas ocorreu entre 1550 e 1650, juntamente com o nascimento da celebrada "Idade da Razão".
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AS BRUXAS DE SALÉM
Bruxas de Salém refere-se ao episódio gerado pela superstição e pela credulidade que levaram, na América do Norte, aos últimos julgamentos por bruxaria na pequena povoação de Salém, Massachusetts, numa noite de outubro de 1692. O medo da bruxaria começou quando uma escrava negra chamada Tituba contou algumas histórias vudus a amigas, que, por esse fato, logo depois, Ann, Betty Parris e Abigail Williams começaram a se comportar estranhamente, balbuciando, tendo convulsões ou olhando fixamente. Um médico que foi chamado para as examinar declarou que deveriam estar embruxadas.

Os julgamentos de Tituba e de outros foram efetuados ante o juiz Samuel Sewall. Cotton Mather, um pregador colonial que acreditava em bruxaria, encarregou-se da acusação. O medo da bruxaria durou cerca de um ano, durante o qual vinte pessoas, na sua maior parte mulheres, foram declaradas culpadas e executadas. Um dos homens, Giles Corey, morreu de acordo com o bárbaro costume medieval de ser comprimido por rochas em uma tábua sobre seu corpo até morrer, levando ao total 3 dias. Foram presas cerca de cento e cinquenta pessoas. Mais tarde, o juiz Sewall confessou que pensava que as suas sentenças haviam sido um erro.

Uma vez diagnosticadas como vítimas de bruxaria, as meninas foram convidadas a identificar seus algozes. Ann apontou o dedo para Sarah Good e Sarah Osburne. Ela também foi rápida em testemunhar contra Tituba, alegando que uma aparição da mulher das Índias Ocidentais "Que horrivelmente me torturava com picadas e beliscava-me terrivelmente." A acusação de Ann surpreendeu a aldeia. Ela alegou ter sido atormentada pelo espírito de Martha Corey, membro sólido da igreja. Apesar da falta de provas concretas, Martha foi enviada para a prisão e acabou sendo enforcada. Mas as acusações de Ann tinha suscitado o receio de que qualquer um dos moradores poderia ser uma bruxa.

Ann acusou muitos mais nos próximos meses, incluindo Dorcas Good de quatro anos de idade. Os pais de Ann, Thomas e Ann, também acusaram dezenas de moradores da cidade de bruxaria, a maioria dos quais eram inimigos influentes da família Putnam. Duas das mais chocantes acusações de Ann foi contra os piedosos Rebecca Nurse e o ex-pastor de Salem George Burroughs, que pode ter sido provocada por disputas familiares. Na época da caça às bruxas acabou Ann acusou 62 pessoas. Nos próximos anos, ela teria uma vida difícil. Ambos os pais morreram, deixando-a sozinha para cuidar de seus nove irmãos e irmãs. Mas ela não fez nenhuma coisa que outro círculo de meninas fariam, reconhecer publicamente o seu papel nos julgamentos. Em 1706 ela estava em pé diante da igreja com o pastor a ler seu pedido de desculpas.

Tituba era a terceira pessoa acusada por Betty Parris e Abigail Williams de bruxaria. Ela foi, no entanto, a primeira pessoa a confessar bruxaria em Salém. Ela negou a princípio, e disse que nada tinha a ver com bruxaria, mas foi rapidamente coagida a confessar ter falado com o Diabo. Elizabeth e Abigail, em seguida, passaram a acusar outras duas mulheres, Sarah Good e Sarah Osborne. Outras mulheres e homens das aldeias foram presos e acusados de feitiçaria nos julgamentos de feitiçaria de Salem. Não só Tituba acusou outros em sua confissão, mas falou sobre os cães pretos, porcos, pássaros amarelos, vermelhos e ratos pretos, gatos e um lobo. Também confessou que Sarah Osborne possuía uma criatura com cabeça de uma mulher, duas pernas e asas. Ao misturar as diferentes visões sobre a bruxaria, ela inadvertidamente colocou a pequena cidade de Salem no caos por insinuar que Satanás estava entre eles. 
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ANNA GOLDI
Anna Göldi ou Anna Göldin, nasceu no dia 24 de outubro de 1734 em Sennwald, Cantão de São Galo, Suíça e executada em 13 de junho de 1782 em Glarus (Suíça), foi considerada a "última bruxa da Europa a ser executada". Göldi provinha de família humilde e trabalhava como empregada doméstica. Ela teve dois filhos, sendo que o primeiro morreu logo após o nascimento. Anna Göldi foi acusada de infanticídio, condenada e punida.

Mais tarde viria a trabalhar como empregada na casa do médico, presidente de conselho, juíz e ministro de Johann Jakob Tschudi, pertencente a uma das mais ricas e influentes famílias protestantes do Cantão de Glarus. De acordo com as alegações, Anna teria enfeitiçado o leite das filhas de Tschudi com agulhas. Além disso, membros da família Tschudi testemunharam que uma das filhas teria repetidamente cuspido agulhas. Recaiu sobre Anna a culpa por enfeitiçar uma das meninas e ela foi formalmente acusada. Sob tortura, Anna viria a admitir sua culpa por conjurar forças diabólicas. O conselho de Glarus condenou-a em 13 de junho de 1782 à morte pela espada. O veredito foi cumprido sem demoras e causou polêmica tanto na Suíça quanto na Alemanha. Na leitura do veredicto a acusação de bruxaria foi evitada e os autos do processo destruídos; Anna foi executada como envenenadora.

Partindo de análises de fontes até então desconhecidas, o jornalista Walter Hauser chega à conclusão de que Anna Göldi provavelmente mantinha um caso com seu amo Johann Jakob Tschudi e teria sido inclusive estuprada pelo mesmo. Já que adúlteros confessos não tinham a permissão de assumir cargos políticos, Tschudi teria provavelmente resolvido se livrar de Anna Göldi e iniciado o processo de bruxaria, que viria a terminar com a execução de Anna.

FILMES INDICADOS
* As bruxas de Salem (1996)
* A bruxa de Blair (1999)
Veja lista de filmes sobre bruxaria
Leia sobre bruxas modernas no O Globo 

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