sábado, 26 de junho de 2010

"FLOR DO DESERTO" - FILME REALIDADE

 
WARIE DIRIE
Waris Dirie foi uma das modelos mais requisitadas do mundo fashion durante os anos 1980 e 1990. Quem via aquela escultura de mulher não adivinhava o drama que vivera na infância, e que carregaria para a vida. Ela mesma veio a público para contá-lo. Em depoimento à revista Marie Claire, revelou que havia sofrido mutilação genital quando era uma menina de 3 anos de idade.

Flor do Deserto, dirigido por Sherry Hormann, é o filme que vem para contar essa história de vida, e advertir para uma prática que, dizem os militantes que a combatem, continua a existir em vários países africanos. Waris Dirie é interpretada pela também modelo e atriz etíope Liya Kebede, que esteve no Brasil para lançar a produção.

O filme mostra a trajetória da moça que chega a Londres quase sem falar inglês, consegue emprego numa lanchonete e, descoberta por um fotógrafo de moda, tira a sorte grande ao se iniciar no milionário mundo fashion. Não sem alguns acidentes de percurso, pois vivia na ilegalidade, tinha o passaporte vencido e precisou se adaptar rapidamente aos usos ocidentais para vencer.

O filme é comovente, em especial porque a história o é. De fato, é impossível ficar indiferente a algumas cenas, tais como aquela em que a moça descobre que nem todas as garotas apresentam a mesma mutilação anatômica que ela. É a consciência da diferença e, no caso, de uma diferença para pior, infligida por um costume cruel.

No vai e vem entre a vida londrina e os flash-backs que levam a personagem de volta à Somália, cria-se um clima de suspense e desolação sobre o destino daquela criatura. Hormann trabalha com delicadeza nessa superposição das duas fases. Inclusive acrescentando algumas pitadas de humor, que ajudam a amenizar a narrativa.
Fonte: Estadão
Leia mais na revista Marie Claire

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MUTILAÇÃO FEMININA NA ÁFRICA
A Mutilação Genital Feminina é um costume sócio-cultural que causa danos físicos e psicológicos irreversíveis, e ainda, é responsável por mortes de meninas. Pode variar de brandamente dolorosa a horripilante, e pode envolver a remoção com instrumentos de corte inapropriados (faca, caco de vidro ou navalha) não esterilizados e raramente com anestesia. Viola o direito de toda jovem de desenvolver-se psicossexualmente de um modo saudável e normal. E, devido ao influxo de imigrantes da África e do Médio Oriente na Austrália, no Canadá, nos EUA e na Europa, esta mutilação de mulheres está se tornando uma questão de Saúde Pública. Algo que não se deve desconsiderar são os custos do tratamento contínuo das complicações físicas resultantes e os danos psicológicos permanentes. Têm-se promulgado leis para ilegalizar e criminalizar esse costume. Embora muitos códigos penais não mencionem directamente os termos Circuncisão Feminina ou Mutilação Genital Feminina, é perfeitamente enquadrado como uma forma de "abuso grave de criança e de lesão corporal qualificada". Vários organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem envidado esforços para desencorajar a prática da mutilação genital feminina. A Convenção sobre os Direitos da Criança, assinada em Setembro de 1990, considera-a um ato de tortura e abuso sexual.
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