RÚSSIA - Para lembrar o vigésimo aniversário da malograda insurreição de 1905 contra o Czar Nicolau II, Sergei Eisenstein filmou O Encouraçado Potemkin, limitando a ação ao episódio do motim do navio e ao massacre civil nas escadarias da cidade de Odessa. Apesar do tom de documentário, o filme foi cuidadosamente construido em todos os níveis. A teoria da montagem final de Eisenstein, segundo ele próprio explicava, baseou-se na dialética marxista – que envolve a superação da tese e da antítese produzindo uma síntese – e, com a justaposição de técnicos (luz, ângulo da câmara e movimento), criou significados. A idéia do diretor era construir um herói coletivo, no caso as massas russas, representados pelos amotinados do encouraçado, o povo de Odessa (simpatizantes da causa) e insurrectos de outros navios criava assim, dois personagens coletivos e coerentes: o encouraçado e a cidade; o drama se construía com o diálogo e união de ambos. Além disso, Eisenstein introduziu no cinema o uso de atores não profissionais. Considerado no início como formalista, Eisenstein foi pouco a pouco quebrando a resistência do ortodoxo modelo artístico do realismo socialista e ganhando expressão dentro e fora de seu país. O Encouraçado Potemkin é hoje considerado um dos filmes que mais revolucionaram a história do cinema.
A doutrina do realismo socialista, criada na década de 20, produz filmes de estilo conservador, fiéis à estética oficial: Quando voam as cegonhas, de Mikhail Kalatósov, e A balada do soldado, de Grigori Tchukhrai. Uma obra original é a de Andrei Tarkovski (Solaris).
Com a perestroika, a partir de meados da década de 80, há maior liberdade na escolha de temas e na discussão de problemas políticos e sociais: Elem Klimov (Agonia), Tenguiz Abduladze (O arrependimento), Karen Tchakhnazarov (Cidade zero), Pavel Lounguine (Taxi blues), Serguei Paradjanov (Os cavalos de fogo) e Vassíli Pitchul, cujo Pequena Vera é o primeiro filme a abordar a insatisfação dos jovens com a falta de perspectivas para o futuro, ignorada pelo cinema oficial.
Andrei Tarkovski (1932-1986) nasce no distrito de Ivanov, na Rússia, e cresce em uma vila de artistas próxima de Moscou. Filho de poeta, estuda desde cedo os mais diversos assuntos – música, pintura, escultura, árabe e geologia. Em 1954, cursa a Escola de Cinema de Moscou e realiza seu primeiro longa-metragem, A infância de Ivan, na década de 60. Seu filme Andrei Rublev (1966) é considerado antinacionalista e fica retido durante cinco anos na URSS. Sua obra é marcada por longos planos e ritmo lento, como em Stalker (1979), Nostalgia (1982) e O sacrifício (1986).
Fonte:http://www.webcine.com.br/historia2.htm
A doutrina do realismo socialista, criada na década de 20, produz filmes de estilo conservador, fiéis à estética oficial: Quando voam as cegonhas, de Mikhail Kalatósov, e A balada do soldado, de Grigori Tchukhrai. Uma obra original é a de Andrei Tarkovski (Solaris).
Com a perestroika, a partir de meados da década de 80, há maior liberdade na escolha de temas e na discussão de problemas políticos e sociais: Elem Klimov (Agonia), Tenguiz Abduladze (O arrependimento), Karen Tchakhnazarov (Cidade zero), Pavel Lounguine (Taxi blues), Serguei Paradjanov (Os cavalos de fogo) e Vassíli Pitchul, cujo Pequena Vera é o primeiro filme a abordar a insatisfação dos jovens com a falta de perspectivas para o futuro, ignorada pelo cinema oficial.
Andrei Tarkovski (1932-1986) nasce no distrito de Ivanov, na Rússia, e cresce em uma vila de artistas próxima de Moscou. Filho de poeta, estuda desde cedo os mais diversos assuntos – música, pintura, escultura, árabe e geologia. Em 1954, cursa a Escola de Cinema de Moscou e realiza seu primeiro longa-metragem, A infância de Ivan, na década de 60. Seu filme Andrei Rublev (1966) é considerado antinacionalista e fica retido durante cinco anos na URSS. Sua obra é marcada por longos planos e ritmo lento, como em Stalker (1979), Nostalgia (1982) e O sacrifício (1986).
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